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A Árvore como Símbolo de
Justiça e Vida

Poucos sabem que não somente Themis (que significa Lei Divina, literalmente “aquilo que é colocado no lugar”, do verbo grego tithemi (τίθημι), “colocar”), representa o ideário da Justiça.

 

De fato, esta Deusa da Justiça, de origem mitológica grega, é descrita como “de bom conselho”, “personificação da ordem, da lei, do Direito Divino”, “protetora dos oprimidos”, reunindo em uma só personagem, todos os atributos da Justiça.

Conhecida, também, como guardiã dos juramentos dos homens e da lei, sendo invocada nos julgamentos diante dos magistrado, era representada como uma divindade de olhar austero, não tinha os olhos vendados inicialmente, mas sempre esteve junto da balança que simboliza o equilíbrio e a espada, como o poder. No século XVI, os alemães, colocaram uma venda em Themis para indicar a imparcialidade, ausência de preconceitos.

 

Filha de Urano, Deus do Céu, e de Gaia, Deusa da Terra, dando sua origem a do Espírito e da Matéria – uma Titã, e sempre vista sentada ao lado de Zeus, para aconselhá-lo.

 

 

Entanto, a Árvore representa, também, o Símbolo da Justiça, e aqui no Brasil, destaca-se a espécie Cabrera (Schinus Polygama) – também conhecida como assobiadeira. em homenagem a Angel Lulio Cabrera, que foi um famoso botânico e fitogeógrafo argentino da segunda metade do século XX.

 

Tanto assim, que em 2013, no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorando esta data, o Judiciário Estadual fez sua parte com a doação de mudas de Cabreira, árvore símbolo da Justiça, a 50 entidades de Mossoró. A primeira entidade a receber uma muda foi a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE).

 

 

Mas, outras árvores, também, representam em seu primor, a alegoria da justiça.

 

 

O Carvalho, árvore frondosa e exuberante, simboliza, a resistência, e suas raízes durante as tempestades, se tornam mais firmes e se aprofundam durante os momentos de dificuldades, sendo por isso considerada um símbolo da justiça, da perseverança e resiliência diante das adversidades.

 

 

No Antigo Testamento, vemos a Justiça Divina manifestada aos pés de um carvalho em que Jacó acabou com a idolatria do seu povo, enterrando os deuses estranhos que existiam no meio deles (Gn. 35.4; 31.19).

 

 

Temos outras narrativas:

 

 

Abraão gostava sempre de armar a sua tenda próximo ao car­valho de Manre (Gn. 12.6; 13.18; 14.13) e o Senhor apareceu a Abraão exatamente ali (Gn. 18.1).

 

Josué estabeleceu uma aliança com Senhor e como sinal desta aliança ele levantou uma grande pedra debaixo do carvalho que estava em lugar santo do Senhor (Js. 24.26).

 

Isaías profetizou que as pessoas restauradas pelo Messias serão plantados pelo Senhor como “carvalhos de justiça” para Sua glória (Is 61.3).

 

 

Tudo isso nos fala portanto de fé, da perseverança, ou seja, por meio do símbolo do carvalho, a Bíblia nos fala sobre nossa atitude de crer firmemente no que Deus falou e na Sua Justiça, tal como fez Abraão, abandonando todo ídolo que tenta ocupar o lugar de Deus em nossos corações, tal como fez Jacó ao estabelecer uma aliança com o Senhor, tal como fez Josué, estando pois firmados em Sua graça, sempre constantes, perseverantes e sem desfalecer na fé, para que então a justiça do Senhor se manifeste por meio de nós, para Sua glória, a fim de que assim o mundo conheça o Deus a quem pertencemos e servimos.

 

 

O símbolo desta espécie, nos convida a sermos Carvalho de Justiça, plantados pelo Senhor, resistente às circunstâncias adversas, para que Seu nome para sempre seja glorificado por meio de nós.

 

 

A simbologia da árvore como imagem de Justiça e de Humanidade é trazida na descrição de Jung, ao dizer que “Na história do símbolo, a árvore é descrita como o caminho e o crescimento para o imutável e eterno, gerada pela união dos opostos e possibilitando a mesma através do seu eterno já existir. 

 

Já foi dito que se fôssemos analisar a importância da árvore na esfera simbólica, precisaríamos de um livro só para isso.

 

 

Além das simbologias da árvore em algumas tradições e do valor especial de algumas espécies para alguns povos e religiões como símbolo (mitologema) do sagrado, não por ser uma árvore no sentido literal, mas por representar algo que a transcende, como um deus ou algo ligado a Justiça Divina, a estrutura do Mundo e do Universo. Em si mesma pode ser vista, também, como símbolo do desenvolvimento psicológico e do processo de individuação, como ser vivo, independente da espécie, símbolo do ciclo da vida, das relações entre consciente e inconsciente e da função transcendente. Podemos dizer isso de qualquer planta na verdade, mas a árvore, por ser a que naturalmente busca os céus, mais simbólica nesse sentido.

 

 

Desde a semente, a árvore guarda em si todo o potencial do vir-a-ser. Algumas sementes, inclusive, somente “despertam” se passarem por condições de “provações”, como seca, fogo e até o trato digestivo de alguns animais. Ainda, também, na semente, o embrião da planta, passa por um processo crucial: como romper o envoltório que a resguarda, para construir seu próprio caminho na direção da luz?  A árvore, nesse contexto, só começa a se tornar árvore se passar pelo processo de despertar e aquela que não encontra condições para despertar, pode nunca vir a ser, apesar de seu potencial ter sempre existido. Neste contexto, o ser humano, experiência o mesmo processo.

 

 

Em todo o processo de aprendizado, de crescimento intuitivo, de aprimoramento no quociente emocional (QE), ao par com o quociente intelectual (QI), o homem que busca a justiça e luta pela igualdade, vai ao encontro, sempre, do conhecimento, através de sua luta interna e externa.

 

 

Assim nos ensina a natureza, através da árvore, semelhante ao Homem Justo: Após a germinação, a planta precisa de esforço para sair do fundo da terra, precisa sair desse inconsciente que é o solo e emergir para o ar e para a luz e, a partir daí, sua resposta ao ambiente passa a reger seu desenvolvimento. A presença de sol, de nutrientes, a competição entre as plantas, predadores e vários outros fatores influem no caminho que a árvore irá seguir rumo ao seu destino teleológico: o céu e nas formas que terá durante esse caminho.

 

 

Durante esse processo, será necessário que a planta desenvolva resiliência ao ambiente, assim como o Homem integro, sábio, solidário e justo, para poder desempenhar um papel num sistema maior. Assim como o ser humano, poucas são as árvores que sobrevivem sozinhas, muitas precisam estar incluídas em um ambiente com outras árvores, inclusive de outras espécies, para que possam viver, e, em alguns casos auxiliar o ambiente ao seu redor, a se tornar propício para si mesma e para os outros.

 

 

A subida das árvores ao céu é acompanhada por outro fenômeno: o aprofundamento de suas raízes. Árvores muito grandes, sem raízes profundas, estão fadadas à morte prematura.

 

 

Não é diferente o que ocorre com a nossa humanidade, que tem por fim último, o crescimento em amplo sentido. A busca das raízes em solos profundos, é como aquele que constrói sua casa sobre a rocha. Vem as tormentas, as dificuldades, os contratempos, mas ela se mantem firme, ao contrário daquele que a constrói sob a areia, como nos ensinou Jesus. (Lucas, 13:23 a 30)

 

 

Aprofundar as raízes também tem outro sentido: a busca do conhecimento interior, a iluminação do espirito, através da procura da justiça e da equidade, na experiência com Deus.

 

 

Assim, quando mais profunda são as raízes, estas tornam-se “espelhos” da copa de uma árvore, mais alta e frondosa, conseguindo resistir e sobreviver às intempéries da natureza, e para o homem, mais se fulgura na relação com os homens e com a Divindade Suprema.

 

 

Outro aspecto interessante e profundamente simbólico da árvore em semelhança com a nossa Humanidade, é que sua história não é esquecida. Os anéis de crescimento do tronco registram tudo pelo que a árvore passou e, mais importante, mostram que, muitas vezes, a planta precisou se recuperar de feridas, cresceu menos em anos de seca, cresceu demais em anos de muita chuva, entre outras dificuldades. O Homem também deixa registrado ao longo de sua história, a sua trajetória, a marca de seus passos por onde viveu, seja no seio da família, na comunidade, na sociedade.

 

 

A busca da árvore pelo céu é a busca da alma humana pela individuação. Não se trata de um processo com um fim em si, pois nenhuma árvore jamais encontrará o céu, mas uma teleologia. O objetivo da árvore é ascender, assim como a alma e a psique buscam a individuação. E para que a árvore possa crescer, ela precisa desenvolver-se para cima, para baixo, para dentro e para fora. A árvore não nega sua história, mas registra e se forma a partir dela. Estude os anéis de crescimento de uma árvore e você saberá por tudo que ela passou. Ela entende que precisa da sua parte subterrânea para que sua parte aérea sobreviva.

 

 

Cada árvore e cada alma fazem isso à sua maneira, no seu tempo e com as ferramentas que lhe foram oferecidas em sua concepção e encarnação. Assim como a consciência precisa emergir do inconsciente e criar um ego para seguir em frente, a planta precisa emergir, criar uma estrutura e iniciar sua busca pelo céu, vivendo com “os pés no chão”, não se esquecendo, outrossim, de nos erguer às alturas.

 

 

Os significados atribuídos também à Árvore, estão alicerçados nas qualidades e finalidades da Árvore da Vida: criação – fecundidade – nutrição -purificação – expansão – abundância – crescimento – vitalidade – elevação – equilíbrio – ligação entre o céu e a terra.

 

Os ensinamentos da Árvore da Vida, para cada um de nós, são:

  • Em equilíbrio e complementariedade, fazer a intersecção entre o céu e a terra.
  • Elevar-se e renovar-se.
  • Ser justo e íntegro.
  • Viver sua missão.
  • Dar frutos, através de seu dom.
  • Espalhar suas sementes, com suas ações.
  • Alimentar-se da terra, com respeito.
  • Reciprocamente, ser generoso e ter gratidão com o que recebe da vida.
  • Praticar a doação com a expressão do amor e ampliar a sabedoria, através de sua existência.

A Árvore da Vida na visão Cabalista é assim interpretada:

Microcosmo e Macrocosmo

Árvore da Vida é um sistema cabalístico hierárquico em forma de árvore, que é dividida em dez partes, ou dez frutos. Esses frutos têm sentido ambíguo, podendo eles ser interpretados tanto como estado do todo, do universo, como podem ser lidos como estados de consciência. Ou seja, podem ser lidos tanto microcosmicamente, do ponto de vista do homem, como macrocosmicamente, ou seja, do ponto de vista do universo em geral. Macrocosmicamente, a Árvore deve ser lida de cima para baixo, e microcosmicamente, deve ser lida de baixo para cima

 

Macrocosmicamente, a Árvore começa em Kether, que é a centelha divina, a causa primeira de todas as coisas, e desce na árvore tornando-se coisa cada vez mais densa. Esse é o método cabalista de explicar a criação do mundo, e contrasta com o método científico do mesmo. A última sephirah é Malkuth, a matéria densa, o último estado das coisas. Microcosmicamente, subindo na Árvore, partindo de Malkuth, o homem aproxima seu estado de consciência elevando-se cada vez mais próximo de Kether. Então, a Árvore da Vida tanto pode ser usada para explicar a criação do Universo, como para hierarquizar o processo evolutivo do homem. Por isso, a Árvore da Vida é usada como referência em várias ordens de magia, para classificar seus graus.

 

A Árvore da Vida também é dividida em três colunas. A da esquerda é conhecida como pilar da severidade, da justiça (= a Themis Deusa da Justiça na Grécia), é o pilar feminino; a da direita é o pilar da misericórdia, é o pilar masculino; e o pilar central é o pilar do equilíbrio, da equidade, contrastando as emanações dos pilares direito e esquerdo. É de se estranhar, de início, que o pilar da severidade seja o feminino, e o pilar da misericórdia seja o masculino. Isso é porque a força feminina é repressora, como o útero reprime a criança na barriga da mãe, e a força masculina é explosiva, logo, tende a ser uma força menos repressora e mais liberal. A árvore também pode ser dividida em duas partes horizontais pela sephirah Tiphareth. As quatro Sephiroths abaixo de Tiphareth são o microcosmo, o mundo inferior, o Eu Inferior. E as quatro Sephiroths acima de Tiphareth são o macrocosmo, o mundo superior, o Eu Superior, sendo Kether a centelha divina. A Árvore da Vida também pode ser dividida em duas partes horizontais pela falsa sephirah Daath. As Sephiroth abaixo de Daath são conhecidas como Microprosopos, ou seja, são o Universo Manifesto. E as Sephiroth acima de Daath são o Macroprosopos, ou Universo Imanifesto.

A composição da Árvore da Vida

Sephiroth

A sequência das Sephiroth na Árvore se dá pelo movimento do Relâmpago Brilhante. Sua sequência é a seguinte:

 

Kether – Coroa

Kether se situa na posição central superior da árvore. É a coroa. É o potencial puro das manifestações que acontecem nas outras dimensões. Representa a própria essência, atemporal e livre. É a gênese de todas as emanações canalizadas pelas outras Sephiroth.

 

Chokmah – Sabedoria

Chokmah se situa no topo da coluna direita, o pilar da misericórida, é conhecido como Abba, o grande Pai. É a sabedoria e a justiça. Chokmah é a energia pura ainda não materializada. Tem carater masculino e infinitamente expansivo. É o salto quântico da intuição, que deriva as manifestações artísticas. Analogamente, é o lado direito do cérebro, onde flui a criatividade e o mundo das ideias.

 

Binah – Entendimento

Binah se situa no topo da coluna esquerda, o pilar da severidade, é conhecida também como Amma, a grande Mãe. É o entendimento. Binah foi a primeira manifestação da forma sobre a força (Chokmah). Ela fez com que a força infinita de Chokmah se tornasse limitada, e com isso, equilibrando-se reciprocamente com ele. É a lógica que dá definição à inspiração e energia ao movimento. Analogamente, é o lado esquerdo do cérebro, onde funciona a razão, organizando o pensamento em algo concreto.

 

Chesed – Misericórdia

Chesed se situa abaixo de Chokmah. É a misericórdia. Representa o desejo de compartilhar incondicionalmente. Representa a vontade de doar tudo de si mesmo e a generosidade sem preconceitos, a extrema compaixão.

 

Geburah – Julgamento

Geburah se situa abaixo de Binah. É o julgamento. Representa o desejo de contenção e de questionador de impulsos. Canaliza sua energia por meio de objetivos, com o intuito de superar obstáculos e transformar a própria natureza.

 

Tipareth – Beleza

Tiphareth se situa abaixo e entre Chesed e Geburah. É a beleza. Transforma em beleza Chokmah, Binah e Kether. A sabedoria e o entendimento, com a luz do conhecimento. Representa a divisão da árvore em o microcosmo, o mundo inferior, o Eu Inferior. E as quatro sephiroth acima de Tiphareth são o macrocosmo, o mundo superior, o Eu Superior, sendo Kether a centelha divina.

 

Netzach – Vitória

Netzach se situa abaixo de Chesed. É a vitória. Netzach é a energia dos sentimentos. Existe a vontade de reciprocidade, a busca pelo próximo e a superação dos próprios limites, propagando o pensamento eterno. Funciona como o princípio fertilizador do espermatozóide masculino.

Hod – Esplendor

 

Hod se situa abaixo de Geburah. É o esplendor. Hod representa o pensamento concreto. É um canal de aprimoramento interno, de identificação com próximo, sendo uma forma de aceitação do pensamento, de reconhecimento. Funciona como o princípio receptivo do ovócito feminino.

Yesod – Fundamento

 

Yesod se situa abaixo e entre Netzach e Hod. É o fundamento. Yesod representa o Plano Astral. Funciona como um reservatório onde todas as inteligências emanam seus atributos que são misturados, equilibrados e preparados para a revelação material. É compilação das oito emanações.

Mal’hut – Reino

 

Mal’hut se situa na posição central inferior da árvore. É o reino. Representa o mundo físico, onde é revelado o material compilado das oito emanações. É o canal da manifestação, desejando a recepção das sephiroth. É a distância de Kether que provoca esse desejo, criando a sensação de falta.

Daath – Conhecimento

 

Daath se situa abaixo e entre Chokmah e Binah. É o conhecimento. Representa uma falsa sephirah porque não é uma emanação independente como as outras dez. Ela depende de Chokmah e Binah. Também é considerada como a imagem de Tipareth. É o abismo, o caos aleatório do pensamento.

 

Somos orgulhosos da imagem que deixamos como exemplo e pela excelência de nossos serviços. Porém, a construção de uma imagem somente se consolida quando se busca a Igualdade pela Justiça, nas atribuições dos direitos e dos deveres fundamentais.

DR. RUBENS BRACCO